segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Importância da Fundoscopia na Prática Clínica!

Olá pessoal!

A fundoscopia é importante na prática clínica para auxiliar no diagnóstico de algumas patologias sistêmicas e algumas vezes, fundamental para diagnóstico precoce e prognóstico da doença. (Neste post estão informações obtidas no 11º Congresso de Clínica Médica).

Fundoscopia 
A oftalmoscopia ou fundoscopia é um exame realizado com o oftalmoscópio para visualizar a retina. A projeção da luz emitida pelo aparelho no olho permite essa visualização. 

Através da fundoscopia temos a possibilidade de acesso a uma vascularização terminal do corpo humano, e deste modo podemos visualizar vénulas, arteriolas e capilares. O estudo da vascularização permite tirar algumas informações acerca de patologias sistêmicas e igualmente do estado do cérebro, por extensão do nervo óptico.
Existem dois tipos de fundoscopia: a direta, na qual se obtém uma imagem ampliada quinze vezes maior, mas com restrito campo de visão, e a indireta, que proporciona uma imagem com ampliação menor, porém com visualização mais ampla da retina, evidenciando-se até sua periferia. A oftalmoscopia direta é comumente realizada pelo clínico geral e utiliza-se um aparelho simples e portátil, enquanto a oftalmoscopia indireta é geralmente restrita ao médico oftalmologista e depende de equipamentos mais complexos.

Patologia
Achados na fundoscopia e /ou conduta médica
Hipertensão intracraniana
Edema de papila
Pré-eclâmpsia (Hipertensão, edema e proteinúria)
Pontos brancos e deslocamento retiniano (raro)
Lúpus Eritematoso Sistêmico
Exsudatos moles e oclusão de arteríola retiniana (isquemia retiniana).
Maculopatia da cloroquina (medicamentoso)
Parar o uso do medicamento, porém se presentar depósito de cloroquina somente na retina pode-se manter o tratamento com acompanhamento do oftalmologista de 4 em 4 meses.
Retinopatia hipertensiva
Discreta esclerose (alteração do cruzamento arterio-venoso e retificação arteriolar), intensa esclerose (pseudo-esmagamento arterio-venoso), obstrução arteriolar, espasmos arteriolares associados a hemorragias e exsudatos.
Retinopatia diabética
Manchas algodonosas, neovascularização, oclusão, edema macular, microaneurismas, hemorragia, manchas amareladas (exsudato duro), morte das fibras nervosas (exsudato mole), veia em salsicha (risco), hemorragia vítrea (risco de cegueira)e fibrose (cirurgia).
Doenças reumatológicas auto-imune (espondiloartrites, artrite reumatoide e Síndrome de Sjogren)
Uveíte anterior (geralmente)
Doenças reumatológicas inflamatórias
Uveíte posterior (geralmente)
Doença de Bahçet (afta, lesão mucosa genital e vasculite)
Uveíte anterior e hipópio (pus na câmara anterior)
Sarcoidose
Exsudato em pingo de vela e uveíte anterior
Granulomatose de Wegener
Vasculite, hemorragia, esclerite, orbitopatias e infecção da esclera
Doença de Vogt Koyanagi –Harada (auto-imunidade contra melanina: vitiligo, lesão do ouvido interno e meningismo)
Panuveíte bilateral e deslocamento de retina (pelo edema).
Corticóide (uso crônico)
Catarata, acumulo de corticóide na cápsula posterior do cristalino e glaucoma (pelo uso tópico)
Tuberculose, Hanseníase e Herpes
Uveíte anterior
Toxoplasmose
Coriorretinite
Necrose aguda de retina (causas: vírus, Sd paraneoplásica...)
Edema, vitreíte e hemorragia
HIV
Uveíte anterior e posterior
Citomegalovírus
Hemorragia e exsudato
Sífilis (2ª)
Uveíte anterior, retinopatia em sal-e-pimenta (lesões escuras e clara) e esclerite
Rubéola
Retinopatia em sal-e-pimenta
Neurocisticercose
Larva no vítreo ou retina


Montei essa tabela de forma bem objetiva para pesquisa rápida, no entanto o estudo da fundoscopia é bem mais complexo. Quem tiver interesse pode consultar o livro MANUAL DO FUNDO DE OLHO, autor Theo Dorion e Editora Manole Clique para acessar o livro on line. Até mais...

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