segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sistema ABO e Rh x Isoimunização!

Olá pessoal!

Saber "o que é" e "como funciona" o Sistema ABO e Rh é indispensável quando se estuda ginecologia/ obstetrícia (GO) e pediatria, principalmente neonatal. Como estou vivendo praticamente SÓ isso ultimamente (exageradaaa rs.), resolvi revisar urgente com vocês. Então, vamos lá...

Sistema ABO

Existem antígenos (aglutinogênios) A e/ou B nas superfícies das hemáceas, se a pessoa for A, B ou AB. No tipo sanguíneo O não há aglutinogênio na superfície das hemáceas. No sistema ABO também existem os anticorpos chamados de aglutininas, que se desenvolvem espontaneamente no plasma após o nascimento e reagem contra os antígenos A e/ou B, ou seja, reage contra algo que o paciente não tenha. Exemplo: Paciente do tipo sanguíneo "A", então ele apresenta aglutinogênio A nas hemáceas e aglutinina Anti-B no plasma. Resumindo...

Traduzindo o desenho: Bolas vermelhas são as hemáceas e a cor amarela representa o plasma.

Na transfusão entre sangues incompatíveis, os anticorpos do plasma de um sangue reagem com os antígenos nas superfícies das hemáceas do outro sangue, causando aglutinação e hemólise. 

Sistema Rh

Há seis tipos comuns de antígenos Rh: C, c, D, d, E, e. O tipo "D" é o mais prevalente na população e mais antigênico que os outros antígenos. Assim, quando uma pessoa tem o "D" ela é considerada Rh positiva (tem fator Rh) e quando ela não tem o antígeno D é fator Rh negativa. Estes outros antígenos (que não D) podem causar reações nas transfusões sanguíneas também, porém mais brandas. 

O fator Rh positivo, geneticamente, é uma considerado uma Herança Autossômica Dominante (RR ou Rr) e Fator Rh negativo é Recessivo (rr).

Neste sistema, não há produção espontânea de anticorpos contra o fator Rh (aglutininas anti-Rh), isso só ocorre após uma pessoa sem o fator Rh (Rh negativo) entrar em contato direto com sangue de outra pessoa que tenha fator Rh (Rh positivo), tornando-se imunizada. Após exposições múltiplas poderá tornar-se "fortemente sensibilizada". A produção dessas aglutininas anti-Rh desenvolvem-se nas próximas 2 a 4 semanas após primeiro contato. 

Agora, vamos focar na gestação, ok?!


Se a primigesta (1ª gestação) tiver fator Rh (-) e pai da criança fator Rh (+), o feto poderá ser Rh (+). Nesse caso, a mãe produzirá anticorpos contra o fator Rh após contato com sangue fetal (transfusão materno-fetal), que geralmente ocorre no momento do parto. Porém, se ocorrer abortamento espontâneo ou induzido, traumatismo abdominal, placenta prévia, descolamento prematuro da placenta ou qualquer tipo de hemorragia intra-uterina essa transfusão materno-fetal ocorrerá antes do previsto.

Por isso a importância do acompanhamento com o teste de Coombs Indireto durante a gestação. Esse teste permite a identificação de anticorpos antieritrocitários no soro. Se a gestante já estiver sensibilizada, este será positivo.

Desde a década de 70, existe a imunoglobulina Anti-D ("vacina"), que é usada para profilaxia da isoimunização Rh, podendo ser usada durante o pré-natal ou parto, ou seja, até 72 horas após a primeira transfusão materno-fetal. Já ocorreu drástica redução de mortes por doença hemolítica pelo fator Rh desde então, mas infelizmente esta ainda existe.

Esse assunto é um pouco extenso, mas espero que tenham gostado! Até mais...

Um comentário:

  1. simples, objtivo e facil de entender! Estamos acomapnhando uma gestante no sexto mes Rh- na segunda gestação e que nao teve sistema de imunização...Portanto essas informações sao vai nos ajudar muito neste estudo de caso...Muito bom.
    Adelaide

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