Atendendo ao pedido de uma leitora... Hoje o tema é Hanseníase, uma
doença biblíca, também conhecida como Lepra, que ocorre no mundo todo e acomete
pessoas de todas as idades. As taxas de maior prevalência estão na Ásia,
África, América Central, América do Sul e Oceania.
A infecção é causada pela Mycobacterium leprae (Bacilo-Álcool-Ácido-Resistente
- BAAR) que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas. pés, rosto,
orelhas, olhos e nariz, podendo causar deformidades físicas, se não tratada
rapidamente.
A transmissão ocorre por meio das vias respiratórias (tosse,
espirro...), sendo a principal fonte o doente que ainda não recebeu tratamento,
ou seja, depois que inicia o tratamento praticamente não há transmissão. Detalhe
importante: A Hanseníse não passa por abraço, aperto de mão e também não é
necessário separar as roupas, pratos, copos e tralheres deste paciente,
pois como eu disse, a contaminação é pela via respiratória, assim os familiares
(ou outros que moram junto) devem ser examinados e orientados para reconhecer
os sinais e sintomas da doença.
Essa doença apresenta longo período de incubação (tempo entre o contágio
e o aparecimento dos sintomas) que pode variar de 6 meses a 10 anos. A doença é
classificada conforme as manifestações clínicas, a carga bacilar e imunidade
mediada por células (IMC). Então, baseando na literatura (Cecil, 2005) montei
essa tabela para entendermos melhor.
Lepra
Tuberculóide Polar (TT)
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Lepra
Tuberculóide Limítrofe (TL) e Lepra Lepromatosa Limítrofe (LLL)
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Lepra Lepromatosa
(LL)
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Pele
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Poucas
placas ou máculas assimétricas definidas por uma borda nítida e elevada. Área
central da lesão é escamosa e anestésica.
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Lesões
maculosas, eritematosas, hipopigmentadas envolvendo tórax, extremidades e
face. Anestesia nas mãos e pés.
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Lesões
polimórficas, menos eritematosas que as TL e LLL. As máculas, pápulas e
nódulos podem cobrir extrensões maiores do tórax e das extremidades.
Distribuição simétrica.
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Nervos
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Os
nervos da orelha, cotovelos e joelhos podem estar elevados .
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Reação
granulomatosa, levando a dano nervoso , resultando em queda do pé, flexão,
contratura dos dígitos e abrasões corneanas.
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Nervos
rígidos e edemaciados. A lesão é lentamente progressiva, mas torna-se grave e
difusa, levando a polineuropatia sensorial.
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Doença
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Estável
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Instável
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Estável
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Carga bacilar/
IMC
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Alta
carga bacilar e redução parcial da imunidade
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Pouca
ou nenhuma imunidade celular
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Outros sinais
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“Facies
leonina”, cegueira, ginecomastia e estenose laríngea.
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O diagnóstico é
realizado através da clínica e pela identificação do bacilo (BAAR) na linfa
pela técnica do esfregaço (slit smear technique) com o método de
coloração de Ziehl-Neelsen.
O tratamento é
feito nos serviços de saúde com terapia multidrogas (Dapsona, Rifampicina...) e
pode durar de 6 a 12 meses, se seguido corretamente. Os exercícios ajudam a
prevenir as incapacidades e deformidades físicas e os pacientes devem ter maior
atenção com as áreas de menor sensibilidade para evitar queimaduras e traumas.
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